Reflexão sobre Atos 4, 32-37 pela pregadora Simone

GRUPO DE ORAÇÃO ÁGUA VIVA – dia 29 de Abril de 2014

Atos 4, 32-37
32 A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum. 33 Com grande coragem os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em todos eles era grande a graça. 34 Nem havia entre eles nenhum necessitado, porque todos os que possuíam terras e casas vendiam-nas, 35 e traziam o preço do que tinham vendido e depositavam-no aos pés dos apóstolos. Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade. 36 Assim José (a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé que quer dizer Filho da Consolação), levita natural de Chipre, possuía um campo. 37 Vendeu-o e trouxe o valor dele e depositou aos pés dos apóstolos.

Esta palavra nos fala da união dos primeiros fiéis, cujo segredo para se manterem unidos era a perseverança. Todos caminhavam juntos e tinham um só foco: Jesus Cristo. A unção do Senhor permanecia sobre eles e assim o Espírito Santo agia, fazendo com o que a graça de Deus fosse vista por quem os via. Tudo eles dividiam, e isso, os fazia diferentes.

Nós, como cristãos católicos, apostólicos, romanos, temos que ouvir o clamor do Senhor, para que a exemplo dos primeiros fiéis, também possamos nos unir e caminhar firme num propósito comum: Jesus Cristo. É preciso que levemos uma vida de oração, dividamos nossas coisas com os irmãos mais necessitados; precisamos nos colocar à disposição de Deus e do nosso próximo, nos despojarmos realmente de tudo aquilo que nos afasta do Senhor.

Vemos na palavra que Barnabé vendeu um campo e doou tudo aos pés dos apóstolos. Isso mostra que ele não ocultou nada de Deus, nem mentiu para Ele. Que sejamos assim como Barnabé, transparentes com Deus e com os nossos irmãos, para que as promessas do Senhor se cumpram em nós.

Sabemos que não temos como caminhar sozinhos, e para isso, Jesus nos convida a viver em comunidade. Mas para que isso seja uma realidade, nós não devemos ser falsos, ou seja, não há caminho comunitário possível se nós o fizermos em meio à falsidade.

Não ostentemos as coisas materiais, nem a nós, mas sim o nome do Senhor e tudo aquilo que Ele faz por nós. Temos a responsabilidade de levar Jesus às pessoas; temos que aprender a viver em comunidade e buscar na Igreja os dons do Espírito Santo. Sejamos corajosos, perseverantes e desejosos da graça de Deus. A Igreja é plenamente viva, porque é o Senhor quem a conduz.

Animemo-nos, para que possamos nos contagiar pelo fogo do Espírito Santo. Deus não nos dá pouca coisa, Ele nos dá tudo àquilo de que necessitamos. Que tenhamos a certeza de que estamos unidos pelo Espírito Santo de Deus. Deixemos a frieza de lado, porque ela não é do Senhor. Gritemos para o mundo quem é Deus. Abramos as nossas bocas e os nossos corações para que os outros vejam como nós nos amamos.

Sejamos alegres por sermos de Deus, pois Ele conta com cada um de nós!

 
E não se esqueçam: não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José.
PasCom Operária.

Alegremo-nos!

Na semana passada, Dom Roque celebrou a Missa de Páscoa. A Páscoa é um acontecimento tão importante em nossa fé que não cabe em um único dia. A Igreja Católica estendeu, portanto, a nossa comemoração pascal por mais cinquenta dias, culminando no dia de Pentecostes (“pente”, que significa 50).

Páscoa é a passagem da morte para a vida! Jesus Cristo ressuscitou, ele é a luz do mundo! Daí acendermos uma vela, que é o círio pascal. Nele, tem os símbolos de alfa e ômega, que significam a vida de Jesus de A a Z. O Ressuscitado é misericordioso! Como na música, demos graças ao Senhor porque ele é bom, eterna é a Sua misericórdia. O ressuscitado vem para nos dizer que não mais existe lugar para a vingança, a violência, a morte, a tristeza.

Então, Páscoa é a passagem do pecado para a graça, do medo para a segurança, da tristeza para a alegria, da morte para a vida. Esse é o tempo!

Hoje, enquanto aqui era cedo, era 5h da manhã, lá na Itália já era 10h, quando iniciou a canonização dos dois papas. Numa época em que os rituais da Igreja eram mais severos, João XXIII  propôs, através do Concílio Vaticano, uma reforma na Igreja. São João Paulo II foi um grande missionário da paz, viajou pelo mundo, pregando o amor, a graça, o reino de Deus.

Por isso, alegremo-nos!

Na próxima quinta, vamos celebrar o dia de São José Operário. Teremos a Santa Missa das 11h celebrada por Dom Bruno, após teremos o almoço [com uma tarde de entretenimento]. Mais tarde, teremos às 17h procissão com Missa para a bênção das carteiras. Que esta festa renove a nossa esperança em um mundo novo no amor e na paz.

 
Não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José,
PasCom Operária.

Reflexão sobre Baruc 3,9-15.32-38 pela Sra. Selita

BARUC 3,9-15.32-38
9. Escuta, Israel, os mandamentos de vida; medita, a fim de que aprendas a prudência. 10. Donde vem, Israel, donde vem, que te encontras em terra inimiga, que definhas em solo estranho, passas por imundo, qual cadáver, 11. e és contado entre os ocupantes dos túmulos? 12. Negligenciaste a fonte da sabedoria. 13. Se houvesses caminhado pelas sendas de Deus, poderias habitar para sempre na paz. 14. Aprende onde se acha a prudência, a força e a inteligência, a fim de que saibas, ao mesmo tempo, onde se encontram a vida longa e a felicidade, o fulgor dos olhos e a paz. 15. Quem jamais encontrou sua morada, e penetrou em seus domínios?
32. Somente aquele que tudo sabe a conhece, e por efeito de sua prudência a descobre; aquele que criou a terra para tempos que não findam; aquele que de animais a povoou; 33. aquele que lança o relâmpago e o faz brilhar, que o chama e ele, bramindo, obedece. 34. Brilham em seus postos as estrelas e se alegram; 35. e as chama, e respondem: Aqui estamos. E jubilosas refulgem para o seu criador. 36. É ele o nosso Deus, com ele nenhum outro se compara. 37. Conhece a fundo os caminhos que conduzem à sabedoria, galardoando com ela Jacó, seu servo, e Israel, seu favorecido. 38. Foi então que ela apareceu sobre a terra, onde permanece entre os homens.
Sra. Selita

O Senhor fez uma aliança com o povo que amava, só que tal povo foi se corrompendo: adorando a outros deuses, não cumprindo os mandamentos. Mas Ele, em sua infinita bondade e amor, tentou chamá-los de volta, tentou trazê-los novamente para o correto caminho.

Isso se assemelha muito conosco. Muitas vezes, pensamos que estamos de pé por sermos catequistas, praticantes, professores de catecumenato, agentes de pastoral e que não cairemos em tentação, mas devemos ter cuidado.

Somos o povo eleito de Deus, que nos fez a sua imagem e semelhança. Aqui, na terra, somos estrangeiros, porque o Senhor nos deu a pátria eterna, o nosso lugar é no céu!

Para tanto, o que Deus quer de nós é que caminhemos como se estivéssemos em Sua presença, que tenhamos o brilho d’Ele em nosso olhos! Vamos ler a Sua Palavra diariamente, meditemos sobre o que ela nos diz. Coloquemos nossa paciência e nosso amor em prática. São dez mandamentos que se resumem em dois: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo. Ao invés de sermos negativos, devemos ser felizes, porque Deus nos concede muitas graças! Devemos ser agradecidos e contaminar a todos com a nossa alegria e não com a nossa negatividade.

Anunciemos esse Deus único e verdadeiro!

Palestra ministrada pela Sra. Selita, que convida a todos nós para que, na próxima segunda-feira (dia 28.04) às 19h, comemoremos os três anos de existência da Cristo Rei.
 
E não se esqueçam: não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José.
PasCom Operária.

Cristo Ressuscitou!

FELIZ PÁSCOA!

fiéis da Capela – Feliz Páscoa!

Deve ecoar por toda a terra esse desejo de Deus para que nós possamos assim cumprir com o mandato de Jesus, transformar a realidade em que vivemos. E, as vezes, recebemos o sinal do mal, das contendas, das brigas, das adversidades, contrariedades… Tudo isso Jesus presenciou durante a Sua vida pública, assumiu na Sua carne o mal que quer atingir-nos, o mal que quer ser vitorioso, mas a Sua carne desfigurada assume um novo corpo. É claro que aí não há uma mudança, mas Jesus aparece aos seus com o corpo transfigurado. Lembremos o momento do Monte Tabor, que Jesus levou os seus discípulos para presenciarem este momento da glória de Deus.

O corpo ressuscitado de Jesus aparece com as marcas do crucificado para que possam reconhecê-lo, mas assim são tantos outros sinais que Jesus vai apresentar.

Ontem (Sábado de Aleluia), participamos da vigília e Maria Madalena com as outras mulheres encontraram Jesus. Em outro relato, Jesus vai pronunciar o nome: “Maria!”. E assim ela vai reconhecer a voz do mestre e vai dizer: “Rabôni!” (que quer dizer “Mestre!”), conhecido na voz do bom pastor.

O relato de hoje nos coloca diante de uma verdade que é o túmulo vazio. Então, Maria Madalena e outras mulheres presenciaram a pedra que tinha rolado, a pedra que queria manter Jesus aprisionado… ela rolou. O túmulo vazio… E logo vem o pensamento: roubaram o corpo do meu Senhor!

São tantos os relatos, tantas as experiências… Não há confusão entre os relatos no encontro com O ressuscitado! Muito pelo contrário, nós vamos encontrar o fundamento da verdade que é uma só: Jesus ressuscitou!

Claro que nos envolve os sentimentos. Primeiro, tristeza. Jesus passou na vida das pessoas e ensinou a esperança. Jesus libertou a muitos do…? Só das enfermidades? Ele foi um curandeiro? Ele tratou das feridas e foi só isso? Não, Jesus vai além da cura física, ele vai nos libertar do poder do pecado que vem trazer doenças, enfermidades, afastamento das pessoas, colocar as pessoas a margem da sociedade. Os leprosos que encontraram-se com Jesus, tiveram a coragem de se aproximar? Não, eles ficaram longe e gritaram: Jesus! Mestre! Filho de Davi, tende piedade de nós! Jesus vai dar a Palavra, vai no templo se apresentar e, no caminho, eles perceberam que estavam curados. Mas só um teve coragem de retornar para professar a sua fé, vir dizer: eu creio!

Ontem à noite (Sábado de Aleluia), nós tivemos a oportunidade de renovar as promessas de nosso batismo. Esta água que nós fomos aspergidos renova o nosso batismo e assim somos fortalecidos na fé que nós professamos, em Jesus que passou a sua vida pública anunciando o Evangelho da alegria, fazendo o bem, foi traído, foi rejeitado, preso, chicoteado, maltratado, sua carne foi dilacerada, passou pela Paixão e morte (na Sexta-feira). Ontem nós explodimos, não só os fogos, mas nós! Explodimos de alegria pronunciando “Aleluia! Louvemos o Senhor! Ele ressuscitou! Ele está vivo no meio de nós!”.

E, hoje, nós temos o relato do Evangelho em que Maria vai apresentar aos apóstolos, que logo vão duvidar de Maria Madalena: “Ela deve estar movida pelo sentimento!”, “É uma sentimental!”, “Está vendo coisas!”. Pedro e João foram movidos pelo Espírito, que logo o colocaram no caminho. Eles foram devagar? olhando para o céu? Saíram correndo! É claro que João era mais jovem, corria mais e chegou a frente do túmulo que estava vazio, mas não entrou. O relato de João marca muito a figura do Pedro como chefe, líder dos apóstolos, lembrando o que Jesus vai dizer:

Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, as potências do inferno não poderão vencer.(Mt 16,18)

O que nós hoje testemunhamos: túmulo vazio. É só um túmulo vazio? Não! Nossa fé é uma fé que é testemunhal. Entrou Pedro, depois entrou o discípulo, ele se identifica como o discípulo amado. O texto diz que, depois que ele entrou, ele viu e acreditou. Estavam lá os lençóis, não tinha sinal de arrombamento. Não chegaram lá, arrastaram, levaram e esconderam o corpo como disseram alguns (“Esconderam o corpo do Senhor, onde está? Ah, o jardineiro encontrou!”). Durante esses 50 dias da Páscoa nós iremos ouvir estes relatos que nos fazem compreender que é o momento da ressurreição. Tentaram subornar os soldados que estavam guardando sepulcro, é um dos relatos em que os chefes lá da sinagoga vão dizer: vamos pagar alguma coisa para esses soldados para eles mentirem, dizendo que estavam adormecidos e que roubaram o corpo. Mas essa mentira… Qual o ditado popular? A mentira tem perna curta! Não adianta, pode fazer um mentirinha deste tamanho, um dia ela vem a luz e logo se descobre. Poderíamos sustentar uma mentira de que Jesus não ressuscitou e que o corpo foi roubado? Será?!

Então, vou lá tentando descobrir o que um pedacinho do Evangelho de Marco vai dizer, um pedacinho lá de não sei das quantas vai dizer… Será que uma mentira seria sustentada por aqueles homens frágeis. Eram frágeis. São Marcos vai relatar que toda vez que Jesus dizia alguma coisa eles ficavam duvidando, um cutucava o outro, dizendo: o que Ele está dizendo?

O que o texto do Evangelho vai nos dizer hoje lá no finalzinho?

Eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele deveria ressuscitar dos mortos.

Eles não tinha ainda compreendido a Escritura… Quando será esse momento? Vamos nos preparando para celebrar Pentecostes. Nós estamos recebendo a pouco tempo o testemunho. Quando o Espírito Santo vem revela todas as coisas e outras mais. O que nós hoje podemos ver, podemos dizer para o mundo que acreditamos. Nós estamos aqui reunidos na Capela de São José Operário. A Capela que é chamada a crescer não só em tamanho, em número também, mas crescer em humildade, sabedoria, discernimento na força da palavra de Deus.

Os jornais estão dizendo aí que a Igreja Católica está perdendo os fiéis, pelo contrário, nós vamos nos unindo como todos os cristãos. Estamos falando de ecumenismo. Somo uma força, não uma força armada, porque pregamos uma só fé, um só Senhor e um só batismo. Precisamos nos unir entre irmãos cristãos. E a Igreja Católica não estão diminuindo. Criamos capelas para ficarem vazias? Não, porque há necessidade de acolher os fiéis: nascem crianças, batizamos; damos catequese, Primeira Eucaristia, Crisma, casamentos; casais, pastorais, movimentos… Estamos próximos a fundar uma nova paróquia. Os jornais não estão acompanhando nada disso, além de tudo, manipula as informações. E nós não podemos ficar calados, não podemos desanimar, porque é assim mesmo, Jesus disse que seríamos perseguidos. O Evangelho de Mateus 5 é muito firme. Leiam como tarefa de casa. Seremos perseguidos por causa do Evangelho, por causa de Jesus. Mas o que Jesus vai dizer? Alegrai-vos!

10 Bem-aventurados
os perseguidos
por causa da justiça,
pois deles é o Reino dos céus.
(Mt 5, 10)

Então, não desanimemos, amemos. Como rebanho, sabemos que temos um pastor que é eterno, é Jesus o nosso bom pastor! E ressuscitado está conduzindo a Sua Igreja. E assim por tantos verdes que nós encontramos nas vias de pastagem. É a barca de Pedro que tantas vezes vai estar em maremotos, nos momentos de tribulações, mas Jesus está presente dormindo… Tranquilo… Marcos vai dizer que ele estava com travesseiro. E eles vão acordar desesperados e Jesus manda o mar se acalmar. Então, sabemos que Jesus é o senhor da nossa vida. Então, nós somos chamados a fazer uma experiência pessoal e comunitária, porque não somos isolados nós formamos uma comunidade.

Maria é a nossa querida mãe, ela que recebe o mandato de Jesus para assim ser a mãe de cada filho e filha que Ele tem a honra de chamar de irmão e irmã. “Mulher, eis aí o teu filho! Filho, eis aí a tua mãe!”. Como hoje nós dizemos:

Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Como Isabel assim saudou Maria. E como Igreja nós vamos concluir:

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém.

 
Não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José,
PasCom Operária.

Quinta-feira Santa: Instituição da Eucaristia e Lava-pés por Dom Roque Costa Souza

Dom Roque voltou para celebrar a Missa de Instituição da Eucaristia e Lava-pés com uma homilia a ser escutada com os ouvidos do coração! Não perca essa linda mensagem com o subsequente Lava-pés com as crianças representando a maioria dos apóstolos!


(assista em 480p, para uma melhor qualidade de vídeo)

 

Não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José,
PasCom Operária.

Quarta-feira Santa: Via-Sacra (com fotos dos fiéis da Capela São José Operário)

(Este post contém trechos da Via Sacra 2014, mas não na sua totalidade)

Nesta quarta-feira passada, os fiéis da Capela São José Operário meditaram, ainda que sob chuva, os passos de Jesus rumo ao Calvário, refletindo sobre os passos de tantos filhos e filhas de Deus condenados à morte pela humilhação e pela violência do tráfico: de órgãos, de adoção ilegal de crianças para o trabalho escravo e para a exploração.

 

1ª ESTAÇÃO: JESUS É CONDENADO À MORTE

A multidão pede para que Jesus seja pregado na cruz. Quando o povo não se une para lutar e defender a vida, fica a favor da morte, deixa que o mal vença. Quem se cala diante da opressão se coloca do lado do opressor. Ó, Deus, nosso Pai e criador, perdoai-nos quando nos silenciamos diante da crueldade humana e não somos capazes de denunciar e combater o mal como o Teu Filho fez.

 

2ª ESTAÇÃO: JESUS CARREGA A CRUZ

Os soldados humilhavam Jesus. Na mesma situação de humilhação, vemos hoje tantos irmãos e irmãs traficados, por vezes retirados de sua família e forçados a agirem contra própria vontade. Os cristãos não podem se conformar com tais humilhações contra o outro. Ó, Deus, Pai amoroso, que nenhuma família seja destruída pela humilhação, pela violência e pelo tráfico humano.

 

3ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ

Jesus, caído por terra, orava. Tantos irmãos e irmãs traficados só tem a oração como conforto. Rezam dia e noite pedindo a libertação do seu sofrimento. Ó, Deus de compaixão, olhai com misericórdia os irmãos e irmãs que oram a Vós dia e noite, caídos na opressão.

 

4ª ESTAÇÃO: JESUS SE ENCONTRA COM SUA MÃE

Uma espada há de lhe atravessar a alma. Ó, como é grande a dor de uma mãe e de um pai que tem o seu filho ou sua filha traficados, tirados de seu lar para serem escravizados e abusados! Ó, Deus, Vós que tendes um coração de mãe, amparai as mães e os pais que sofrem pelos filhos tirados de seu convívio.

 

5ª ESTAÇÃO: SIMEÃO, O CIRENEU, AJUDA JESUS A CARREGAR A CRUZ

Tomar a cruz de Jesus implica sofrer como Ele e com Ele! Quem carrega a cruz, libertando os que sofrem, compartilha dos sofrimentos deles. Assim deu-nos o exemplo a Bem-Aventurada Madre Tereza de Calcutá, que compartilhou os sofrimentos de Cristo, servindo aos mais pobres. Em nossa realidade, esse serviço se volta para os atingidos pelas diferentes modalidades de tráfico humano. Ó, Deus, Pai misericordioso, dai viver como tantos santos homens e santas mulheres viveram: carregando a cruz dos pobres e sofredores deste mundo.

 

6ª ESTAÇÃO: VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS

Muitos “enxugam o rosto de Jesus” libertando, salvando e compartilhando as dores dos que sofrem: muitas comunidades, pastorais e movimentos da Igreja levam a vida aos que nada tem, como as tantas iniciativas eclesiais voltadas ao cuidado com as pessoas vitimadas pelo tráfico humano. Ó, Deus, Vós que sois a nossa fortaleza e continuais a renovar a Igreja chamando homens e mulheres a realizar o projeto de amor de vosso Reino, fazei com que surjam cada vez mais comunidades de discípulos autênticos de vosso Filho.

 

7ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ

Jesus cai por terra para levantar o homem e a mulher caídos pelo peso dos males e pecados. Todos os dias somos tentados a viver no egoísmo, na maldade, na mentira, na falta de amor e compaixão. Alguns pensam que a riqueza a qualquer custo está acima da vida humana, a ponto de atentarem conta a sua dignidade, escravizando pessoas. Ó, Deus, Vós que em Jesus tirastes o pecado do mundo, olhai para nós qual filhos pródigos. Concedei-nos o retorno a vossa casa, o arrependimento sincero e a mudança de vida.

 

8ª ESTAÇÃO: JESUS CONSOLA AS MULHERES

“Se matam um filho assim, que coisa pior não farão com os pais?”. Ao lutarmos com todas as forças contra o mal, ele cresce a cada dia. É preciso lutar contra a ganância, a violência e a opressão. Se não, continuaremos a chorar por nós mesmos e por nossos filhos! Ó, Deus, Vós que sois o bem invencível, ajudai-nos a vencer o mal praticando o bem e combatendo a miséria, a injustiça e a violência.

 

9ª ESTAÇÃO: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ

As pessoas que acompanhavam Jesus no calvário pensavam que Ele era ferido e castigado por Deus. Muitas pessoas pensam que a violência, a guerra e a fome são culpa d’Ele, castigo divino e não consequência da injustiça social. Ó, Deus, Vós que desejais vida digna a todos os vossos filhos e filhas, ajudai-nos a expressar o amor a Vós amando nossos irmãos e irmãs, principalmente os vitimados pelo tráfico humano.

 

10ª ESTAÇÃO JESUS É DESPIDO DE SUAS VESTES

A túnica de Jesus representa a sua dignidade. Os soldados a tiraram, repartiram-na entre eles e jogaram-na à sorte, como se ela fosse um objeto qualquer. A mesma coisa acontece com os irmãos e irmãs sequestrados, traficados, explorados e abusados. Suas vidas e dignidade são desrespeitadas como se eles fossem objetos. Ó, Deus, Vós que sois o doador da vida e nos criastes a Vossa semelhança, dai a cada homem e mulher reconhecer o valor inestimável da vida e da dignidade humana.

11ª ESTAÇÃO JESUS É PREGADO NA CRUZ

Crucificaram Jesus e ficaram vigiando. Tinham medo que alguém o libertasse da cruz. Nossas leis muitas vezes são injustas, protegem aqueles que fazem o mal impedindo que a justiça aconteça. Devemos cobrar de nossos governantes, leis justas, que defendam os princípios da ética e da igualdade. Ó, Deus, Vós que sois justo e conheceis os caminhos dos homens e mulheres deste mundo, iluminai nossos governantes para que, com prudência e justiça, exerçam sua vocação de políticos e legisladores.

 

 

12ª ESTAÇÃO JESUS MORRE NA CRUZ

A morte natural é parte da nossa trajetória. Mas muitos os assassinados, morreram não porque “chegou a hora”, como muitos costumam dizer, mas foram vítimas da injustiça. Jesus e muitos que foram traficados e escravizados perdem a vida antes do tempo! Ó, Deus, dai a cada um de nós a consciência de que a morte do justo não passará despercebida e nem ficará impune diante de Vós.

 

13ª ESTAÇÃO JESUS É DESCIDO DA CRUZ

A dor de Maria nesse momento, ao receber o filho morto nos braços, é como a dor de tantas mães, que veem seus filhos maltratados, exauridos por uma vivência de privações e trabalho escravo, assassinados por matadores de aluguel. A dor é muito profunda. Ò, Deus, que do lado aberto de Jesus fizestes nascer a vossa Igreja, dai-nos que, ao comungar do Corpo e Sangue do vosso Filho, participemos de sua morte e ressurreição e, assim, também nos doemos para que os que sofrem possam viver e ressuscitar.

 

14ª ESTAÇÃO: JESUS É SEPULTADO

O amor de Deus é mais forte que o pecado e a morte! O amor d’Ele nos quer felizes e a felicidade verdadeira só é possível quando estamos ligados a Ele. Ainda que no mundo tenhamos sofrimentos, lembremo-nos o que disse Jesus: “em mim, tenhais a paz. No mundo tereis aflições. Mas tende coragem! Eu venci o mundo”. Ó, Deus da esperança, fortalecei a nossa fé e o desejo de libertação.

 

15ª ESTAÇÃO: JESUS RESSUSCITOU

“Lembrai-vos do que Ele falou”, disseram os anjos às mulheres que foram procurar o corpo de Jesus morto. Experimentar a ressurreição de Jesus em nós mesmos é ter sempre presente em nós as Palavras d’Ele. É recordar e praticar o que Ele fez, ensinou e revelou. Ó, Deus da ressurreição, fazei com que nossos irmãos e irmãs que sofrem a violência do tráfico humano, da injustiça e da opressão, experimentem a ressurreição do vosso Filho, por meio do testemunho libertador dos cristãos e cristãs.


ORAÇÃO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a liberdade da cruz e a ressurreição de Jesus. Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano. Convertei-nos pela força do Espírito, e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos. Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz. Por Cristo nosso Senhor. -Amém!


 

Tenham um bom dia e não se esqueçam:
Não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José,
PasCom Operária.

 

Terça-feira Santa: Celebração da Palavra e Adoração ao Santíssimo Sacramento

Diácono Flávio Gomes

Jesus, com o coração de Jesus sofrendo, tendo investido tudo no Ministério daqueles homens, fez uma revelação bombástica:

um de vós há de me trair!

A Palavra dá alguns detalhes. Ela diz que “era noite” e a noite representa as trevas. E onde havia trevas? No coração de Judas. A Palavra ainda diz que Satanás entrou em Judas. Como Satanás pode ter entrado em Judas? Como Satanás entra em nós? Será que estamos possuídos? Satanás entra quando nós cedemos as tentações, quando deixamos de fazer a vontade de Deus para fazer a vontade do outro, quando nos falta sabedoria, discernimento e, por alguma vontade humana, cedemos aos desejos carnais. E Judas permitiu que ele entrasse!

Quem nunca foi traído nesta vida? Quem nunca se sentiu fracassado? Quem nunca se sentiu desanimado? Nós como cristãos estamos a estimular os outros com palavras de animo, mas, por vezes, também precisamos ser animados. Podemos entrar nesta ceia e nos colocarmos no lugar dos discípulos, inclusive Judas.

A grande glória de Cristo é a cruz. Quando olhamos para a cruz, o que vemos de imediato? Sofrimento! Talvez seja por isso que nós não aceitamos a nossa cruz, porque quando olhamos para a cruz só vemos sofrimento! Mas por que não olhamos para a crus e vemos a redenção? Por que não olhamos para a cruz e vemos a ressurreição? Mas, ao invés, vemos sofrimento. Nós não fomos treinados para sofrer, mas nos sofremos. Só que nossas cruzes de cada dia nos levam a Páscoa, a ressurreição.

A cruz é a grande ferramenta de Deus para nos tornarmos cada vez mais a sua imagem e semelhança. Não há cristão que não tenha passado pela cruz. Também, não há ateu que não tenha passado pela cruz. A cruz é de todos! Mas a ressurreição não é de todos! Por que? Porque não querem ressuscitar como Cristo!

A Ressurreição era para todos os discípulos. Nós não podemos afirmar nada quanto a Judas. A Santa Igreja, em momento algum, ousou falar aonde se encontra Judas. A irmã Faustina tinha uma conversa com Jesus, o Santíssimo Sacramento e Jesus fala para ela que, aqueles que alcançassem a graça de ir para o céu, teriam uma grande surpresa ao encontrar Judas.

Em lugar nenhum, encontramos na Palavra que aqueles que se suicidam estão condenados ao inferno. Uma pessoa que chega ao cúmulo deste sofrimento de não suportar sua própria cruz e tentar contra a própria vida está no último estágio do estresse muito grande. Quem é capaz de julgar? Quem é capaz de entrar no sofrimento do outro? Quem é capaz de entrar no sofrimento de Cristo? Nem os discípulos conseguiram! Quem é capaz de entrar nos teus sofrimentos?

Eu posso achar que estou sofrendo muito e você não. Porém meu sofrimento é o meu sofrimento, minha cruz é a minha cruz. Eu precisa passar por minha cruz, eu preciso vencer as cruzes de cada dia.

Na primeira leitura (Is 49,1-6), vemos a profecia se cumprir em Jesus Cristo, mas também podemos aplicar em nossas vidas em nenhuma heresia, quando diz assim:

o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome

Alguém sabe de onde Deus te achou? A Palavra diz que Deus nos criou. O que é criar? Criar é tirar do nada e Deus nos tirou do nada por amor. Antes que nós nascêssemos, Ele já nos amava. A palavra também fala que Ele nos chamou. Esse chamado é a nossa vocação. Nós temos um chamado, Deus nos vocacionou.

E como Ele fez?

2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado

Ou seja, Deus nos deu dons e carismas para que pudéssemos exercer o nosso ministério de cristão. Mas, em determinados momentos, nos vemos assim: sozinhos e na cruz. Meu Deus, meu Deus! Porque me abandonastes!

A profecia de Isaías diz exatamente isso! Quantas vezes não pensamos também que gastamos nossas forças inutilmente? Ainda que com nossa vocação, com os dons de Deus, quantas vezes não pensamos em desistir? Quantas vezes pensamos que o Senhor nos abandonou, que não vale mais a pena? Mas o profeta não é vencido pelo desânimo:

… entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus dará recompensa.

Existe uma grande diferença quando colocamos a nossa força para servir a Deus e o outro (não tem como servir a Deus se não na pessoa do outro). Na passagem em que Pedro faz a sua maior pesca, ele era um pescador experiente, mas havia fracassado. Cabisbaixo, desceu do barco e desistiu. Ficou consertando as redes, quando Jesus apareceu e pediu para que Pedro avançasse para as águas mais profundas. Pedro responde a Jesus, dizendo que passou a noite inteira no barco e não pescou nada, mas em obediência a Sua vontade lançaria novamente as redes. E, então, faz a maior pesca da sua companhia de pesca.

O que o fez pegar tanto peixe? A motivação! Qual é a nossa motivação? A nossa motivação em servir, em caminhar na Igreja é para os nossos desejos ou a nossa motivação é a obediência ou a palavra de Deus? Pedro faz a maior pescaria de sua vida, porque mudou a motivação dele: foi em atenção a palavra de Deus.

Por obediência a palavra de Deus, nós também devemos lançar as redes. Não vamos cruzar os braços. A Igreja precisa de cristos, o cristão é o outro cristo. A Igreja carece de profetas. A Igreja precisa de homens santos: leigos santos, sacerdotes santos, diáconos santos, bispos santos, papas santos. O Papa já está fazendo a sua parte, façamos então a nossa, aceitando as nossas cruzes de cada dia, mas com o olhar em frente ao Senhor e sem desanimar assim como o profeta Isaías. Não lanceis olhares desesperados o Senhor sempre está conosco!

E não esquecer que a cruz de Cristo, o que Ele passou, é a nossa redenção. E que a missão de Jesus, para muitos foi fracassada, mas na verdade é a glorificação maior do Pai quando Seu Filho vence o poder das trevas na cruz.

Quando Jesus (em sua condição divina) morre na cruz e nós (em nossa condição humana) morremos, revivemos para a vida eterna. Pela morte de Jesus, nós temos a vida eterna, nós temos a Páscoa, nós temos a ressurreição.

Então, quando a dor bater, quando a cruz estiver pesada, olhe para a cruz, olhe para o crucificado e retome o seu caminho. Que assim seja.


 
Não esmoreçam e sigam adiante à exemplo de São José,
PasCom Operária.

O cardeal Pietro Parolin celebra a memória dos novos mártires cristãos

Nigéria, Paquistão, Indonésia, Iraque, Quénia, Tanzânia, República Centro-Africana. É longa a lista dos novos confins das perseguições, das discriminações, da privação da liberdade religiosa, do martírio que ainda hoje os cristãos sofrem no mundo. Não foi ocasional que o Papa Francisco, durante a missa celebrada a 6 de Abril de 2013 em Santa Marta, tenha recordado precisamente que

E neste contexto a comunidade de Santo Egídio reúne-se todos os anos em oração, durante a semana santa, na basílica de Santa Maria in Trastevere para recordar os novos mártires cristãos. Ontem, terça-feira 15 de Abril, quem guiou a oração da comunidade por estes homens e mulheres prontos a oferecer a sua vida pelo Evangelho foi o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado. À sua volta reuniram-se também representantes de diversas Igrejas e comunidades cristãs marcadas pelo sangue do martírio.

Ao comentar o trecho do Evangelho de Marcos proclamado na liturgia da Palavra, o cardeal Parolin juntou no mesmo testemunho de amor os cristãos que hoje não fogem do escárnio nem da perspectiva de morte à qual a sua fidelidade a Deus os expõe, e o próprio Cristo que suportava, por amor do Pai, o escárnio de quantos passavam debaixo da sua cruz. «A oração odierna – explica – contém a memória disto, para que a sua herança permaneça viva. Esta herança brota de vidas muitas vezes humildes e frágeis, mas amalgamadas de amor».

Ainda hoje «em diversos contextos – frisou o cardeal Parolin – muitos irmãos e irmãs nossos permanecem objecto de um ódio anticristão. Não são perseguidos por contendas de poder mundano, político, económico ou militar, mas propriamente porque são testemunhas tenazes de outra visão da vida, feita de abaixamento, serviço e liberdade a partir da fé». Na sua debilidade, afirmou o secretário de Estado, «estão próximos de nós, mostrando-nos que a força vem de Deus e que é sempre possível sair de si e alcançar quem está distante, até os inimigos». E o purpurado recordou-o citando a certeza profunda expressa pelo Papa Francisco na exortação apostólica Evangelii gaudium:

Via: L’Osservatore Romano

 
 
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